Hoje vamos abordar um tema que afeta milhões de pessoas em nosso país: a maior crise na história dos planos de saúde. Desde a pandemia, o setor de planos de saúde teve um aumento consistente no número de novos beneficiários, e alcançou em 2022 a marca de 50,5 milhões de usuários – o nível mais alto desde 2014. Isso demostra o quão importante para os brasileiros, são os serviços prestados pelas operadoras de planos e seguros de saúde privado.
Prejuízo de R$ 11,5 bilhões no último ano
Em contra partida, temos testemunhado um cenário preocupante e desafiador no setor de saúde suplementar. Em 2022 houve um prejuízo operacional de R$11,5 bilhões, prejuízo esse que foi considerado como a maior crise na história dos planos de saúde desde o começo da série histórica em 2001.
Com mais de 18 meses enfrentando sérias dificuldades econômico-financeiras, as contas do setor fecharam no zero a zero, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Para se ter clareza do prejuízo, hoje as mensalidades recebidas pelos planos de saúde não têm sido suficientes para arcar com as despesas assistenciais.
Apesar do aumento no número de beneficiários que aderiram aos planos, a sinistralidade também aumentou, chegando a 89,21%. Segundo dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entre 2021 e 2022, as receitas das operadoras dos planos de saúde cresceram em 5,6%, enquanto as despesas aumentaram em 11,1%.
São grandes os desafios sendo enfrentados no setor da saúde!
Os planos e seguros de saúde, uma vez considerados uma forma confiável de acesso a cuidados médicos de qualidade, estão enfrentando uma série de desafios. A escalada dos custos dos cuidados de saúde, a demanda crescente por serviços e as mudanças nos padrões de doenças colocaram uma pressão insustentável sobre essas instituições. Em pesquisa feita pela FenaSaúde e pelo Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), revelou uma quebra estrutural na tendência de longo prazo dos custos de medicamentos e materiais médico-hospitalares em decorrência do coronavírus. Em março de 2022, quando o estudo foi concluído, essa alta, que chegou a máximas muito mais elevadas, ainda variava de 30% a 41%, quando comparada a fevereiro de 2020, mês imediatamente anterior à chegada da covid ao Brasil.
À medida que a tecnologia avança e os tratamentos médicos se tornam cada vez mais sofisticados, os custos associados aos cuidados de saúde aumenta exponencialmente. Esses custos incluem desde consultas médicas regulares até procedimentos cirúrgicos complexos, tornando os planos de saúde cada vez mais onerosos para os indivíduos e as famílias.
Além disso, a procura por serviços de saúde tem aumentado significativamente, principalmente devido ao envelhecimento da população e à emergência de novas doenças e condições médicas. Isso coloca uma pressão adicional sobre os planos de saúde, que muitas vezes lutam para atender à crescente demanda de cuidados médicos e fornecer serviços de qualidade aos seus seguros. E quando essa pressão nos custos existe, geralmente isso é repassado para o consumidor, impactando todos os agentes da cadeia. A tendência é de aumento dos reajustes para as empresas, que representam 80% dos contratos de planos e seguros de saúde no Brasil.
Diante dessa crise, é fundamental analisarmos as causas subjacentes e buscar soluções inovadoras para melhorar o sistema de saúde e garantir que todos tenham acesso a cuidados médicos de qualidade.
Para ajudar as empresas a atravessar essa turbulência no setor da saúde, a corretora será uma grande aliada.
A corretora é o agente que centraliza todas as informações e dados em saúde dialogando diretamente com a operadora para entender melhor os custos de saúde, insights e planejar uma ação com base em dados e não em premissas e suposições. Explorando os principais problemas enfrentados, examinando e discutindo possíveis abordagens para enfrentar essa crise.
Nossa intenção é fornecer informações relevantes e esclarecedoras sobre a maior crise na história dos planos de saúde, promovendo um debate construtivo e consciente sobre o tema. Acreditamos que é fundamental que os cidadãos estejam bem informados para tomar decisões mais conscientes sobre sua saúde e para contribuir para a construção de um sistema de saúde mais justo e eficiente. É fato sabido que o sistema de saúde está passando por mudanças e a escalada dos custos, a demanda crescente por serviços médicos e as complexidades regulatórias tornaram evidente a necessidade de uma abordagem inovadora e colaborativa para superar essa crise.
No entanto, apesar dos obstáculos, também encontramos motivos para otimismo. As discussões em torno do tema estão aumentando, as soluções estão sendo propostas e as novas abordagens estão sendo experimentadas. A tecnologia desempenha um papel crucial na transformação do setor, permitindo avanços em telemedicina, inteligência artificial e análise de dados, que podem melhorar a eficiência, a acessibilidade e a qualidade dos serviços prestados. Além disso, é importante ressaltar o papel fundamental que os usuários desempenham nesse processo. Ao exigir transparência, participar ativamente das decisões relacionadas à sua saúde e buscar informações adequadas.
À medida que avançamos para o futuro, é crucial que cumprimos atentos às mudanças, às inovações e às oportunidades de melhoria. A crise nos planos de saúde pode ser uma oportunidade para repensar e remodelar o sistema, de modo a fornecer cuidados de saúde acessíveis, eficientes e de qualidade para todos.